Resumo Na contemporaneidade o realismo como forma e abordagem narrativas tem sido bastante comentado pela teoria e pela crítica. No contexto brasileiro, parte da crítica especializada, ao tentar delimitar o contemporâneo, destaca o realismo em relação direta com a superexposição da violência, vista como um dos principais temas de hoje. Nesse sentido, expressões como “brutalista” (BOSI, 2002) e “realismo feroz” (CANDIDO, 2011), por exemplo, perpassam as análises de obras que conjugam violência e realismo. Todavia, a despeito da profusão de narrativas que se constroem sobre esse binômio, a proposta do presente artigo não é associar o realismo à marginalidade ou à violência. Por meio da leitura do romance Azul Corvo, de Adriana Lisboa, publicado em 2010, pretendemos trabalhar com a experiência do que Schøllhammer identifica como “realismo afetivo” (2002, 2004, 2011, 2013).
Abstract In contemporaneity, realism as a narrative form and approach is being quite commented on by the theory and the critics. In the Brazilian context, some specialized critics, when trying to delimit the contemporary, highlight realism in direct relation to the super exposition of violence, seen as one of the main themes of today. In that sense, expressions such as “brutalist” (BOSI, 2002) and “fierce realism” (CANDIDO, 2011), for example, brush the analyses of works that conjugate violence and realism. However, despite the profusion of narratives that are constructed upon this binomial, the proposition of this work is not to associate realism with marginality or violence. Through the reading of the novel Crow Blue, by Adriana Lisboa, published in 2010, we intend to work with the experience of what Schøllhammer identifies as “affective realism” (2002, 2004, 2011, 2013).
Resumen En la contemporaneidad, el realismo como forma y abordaje narrativos ha sido muy difundido, tanto por la teoría como por la crítica. En el contexto brasileño, parte de la crítica especializada, al intentar delimitar lo contemporáneo, pone de relieve el realismo, relacionándolo directamente con la sobrexposición de la violencia, tenida como uno de los principales temas de la actualidad. En ese sentido, expresiones como “brutalidad” (BOSI, 2002) y “realismo feroz” (CANDIDO, 2011), por ejemplo, pasan por el análisis de obras que conjugan violencia y realismo. A pesar de la profusión de narrativas que se construyen sobre ese binomio, la propuesta de este artículo no es asociar el realismo a la marginalidad o a la violencia. A partir de la lectura de la novela Azul corvo, de Adriana Lisboa, publicado en 2010, pretendemos trabajar con la experiencia de lo que Schøllhammer identifica como “realismo afectivo” (2002, 2004, 2011, 2013).